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Salvamento Aquático

Em sua acepção técnico-operacional mais abrangente, configura-se como o conjunto sistematizado de ações, protocolos e estratégias aplica...

Em sua acepção técnico-operacional mais abrangente, configura-se como o conjunto sistematizado de ações, protocolos e estratégias aplicadas em ambientes hídricos de naturezas diversas tais como rios de correnteza variada, lagos e lagoas interiores, represas estruturais, zonas costeiras marítimas, áreas inundadas por eventos hidrológicos extremos, piscinas recreativas ou esportivas, além de quaisquer outros mananciais naturais ou artificiais. Essas operações têm como finalidade primordial a preservação, mitigação de riscos e restauração da integridade física e da vida de indivíduos expostos a situações críticas nas quais a água, em seu estado dinâmico ou estático, constitui-se como o principal agente desencadeador de emergências, acidentes ou ameaças diretas à sobrevivência humana.

Trata-se de um campo multidisciplinar que integra conhecimentos de hidrodinâmica, fisiologia do afogamento, técnicas de resgate, gestão de riscos, meteorologia aquática, leitura de ambiente, uso de equipamentos especializados e princípios de segurança operacional. O salvamento aquático exige a capacidade de diagnóstico rápido e preciso, a avaliação minuciosa das características físicas do cenário (profundidade, correnteza, temperatura, visibilidade, obstáculos, contaminação hídrica, comportamento das ondas e marés), bem como a execução de manobras coordenadas que envolvem nadadores de resgate, embarcações, dispositivos flutuantes, equipamentos de salvamento, linhas de segurança e, quando necessário, apoio aéreo e terrestre.

Além disso, o conceito de salvamento aquático não se restringe ao ato final do resgate, mas abrange a prevenção e a educação pública, planejamento de zonas seguras, monitoramento ambiental, redução da vulnerabilidade de banhistas e comunidades ribeirinhas, e a adoção de protocolos de atuação padronizados que buscam minimizar a exposição dos operadores aos riscos inerentes ao meio líquido. Em síntese, o salvamento aquático se constitui como um processo técnico especializado, cuja complexidade reflete a variabilidade dos ambientes aquáticos e a imprevisibilidade das situações que envolvem emergências nesse domínio.

Prevenção de Afogamentos

Abrange todas as medidas necessárias para se prover a segurança de banhistas de modo a se evitar afogamentos. Nos dias mais quentes, a população de forma geral procura piscinas, rios, lagoas, represas e praias para se banhar ou mesmo andar de barcos, esquecendo muitas vezes dos perigos de afogamentos que sempre surgem para aqueles que, além de não saberem nadar, são imprudentes e não respeitam as normas de segurança. Em locais de maior afluência popular, como represas e praias, o Corpo de Bombeiros designa Guarda-vidas para prevenção de afogamentos e para a realização de salvamentos.

Na periferia das cidades, especialmente as crianças, quase sempre sem o conhecimento dos pais, procuram qualquer buraco que tenha água para nadar, e é principalmente nesses locais mais isolados que o Policial Militar deve intervir, visando à segurança da população, através da interdição da área de perigo. Basicamente uma adequada prevenção de afogamentos se faz através de sinalização e orientação, treinamento, observação dos banhistas, emprego de equipamentos adequados, advertências e campanhas educativas e de esclarecimento.

Sinalização

É um eficiente meio de prevenção de afogamentos, que pode ser feito através do uso de placas de advertência dos riscos existentes no local, através de gestos dos Guarda-vidas indicando um local seguro para o banhista se deslocar geralmente associado ao uso de sinais sonoros por apito.

Treinamento

O Guarda-vidas deve treinar constantemente, procurando manter-se técnica e fisicamente em condições de, a qualquer momento, retirar da água pessoas que estejam se afogando, aplicar os primeiros socorros e encaminhá-las ao hospital nos casos mais graves.

Observação dos Banhistas

O técnico em salvamento aquático (guarda-vida) deve procurar um bom local para realizar a observação de sua área de trabalho, onde tenha maior visão, em local de destaque, em cadeirões ou elevação na orla da água, e sempre que possível, fazer uso de equipamentos que lhe aumente o campo de visão como, por exemplo, o binóculo.

Emprego de Equipamentos Adequados

São equipamentos individuais obrigatórios para uma boa atuação do Guarda-vidas: o flutuador tipo life-belt (salsichão), o par de nadadeiras e o apito. São equipamentos de que deve dispor o setor de trabalho: o cadeirão, a prancha de salvamento, o rádio transceptor. Em lagoas, piscinas, proximidades de atracadouros, piers, etc., bóias circulares de salvamento com cabo retinida são equipamentos também eficientes. São equipamentos de apoio eficientes para um grupo de setores ou praias: botes com motor de popa, motos aquáticas, jet-boats, lanchas, helicópteros.

Campanhas Educativas e de Esclarecimentos

É sabido que alguns banhistas não cumprem os avisos de perigo, que em virtude disto, devem ser advertidos sobre as áreas demarcadas, podendo ser orientados no sentido de:
1. tomar banho na parte rasa;
2. nunca tomar banho de mar após as refeições;
3. não bancar o “durão” e gritar por socorro enquanto tiver forças;
4. acatar as advertências dos Guarda-vidas;
5. não nadar próximo às rochas (costeiras), às pontes, aos barcos, aos diques, aos atracadouros etc;
6. no mar, caso seja surpreendido por uma corrente de retorno, nadar com calma e paralelo à praia, até sair da correnteza;
7. quando tiver câimbra, permanecer parado, flexionando e esfregando o músculo atingido;
8. caso caírem de uma embarcação, tirar os sapatos e as roupas mais pesadas, mantendo a calma;
9. após ingerir bebida alcoólica não entrar na água. Nos períodos anteriores às temporadas de verão, deve-se organizar campanhas de esclarecimentos à população, por meio da imprensa falada escrita e televisionada, as quais recorrem às autoridades para esclarecimentos à população sobre os perigos existentes no mar e represas, e o que poderá ocorrer com os casos de insolação, choque térmico, e nadar após as refeições.

Conhecimentos Técnicos Básicos

Para que um Guarda-vidas tenha condições de exercer a profissão, necessário se faz conhecer as características morfodinâmicas da praia e os riscos específicos das lagoas, rios e represas, etc., onde for atuar, assim como as condições do tempo, as condições das águas, conhecimento sobre o atendimento emergencial ao afogado, técnicas de judô aquático e técnica de salvamento.


FONTE DE REFERÊNCIA
CESBOM - CENTRO DE ESTUDOS PARA BOMBEIROS
MANUAL DE SALVAMENTO AQUÁTICO (CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO)