Exige um elevado grau de planejamento, coordenação e resposta rápida diante de situações críticas. Entre os diversos instrumentos de ger...

Exige um elevado grau de planejamento, coordenação e resposta rápida diante de situações críticas. Entre os diversos instrumentos de gerenciamento de emergências aeroportuárias, destaca-se o Plano de Contra-Incêndio de Aeródromo, um documento técnico e estratégico, elaborado sob orientação da Divisão Contra-Incêndio da Diretoria de Engenharia da Aeronáutica. A responsabilidade por sua confecção e atualização recai diretamente sobre o Chefe do Serviço de Salvamento e Combate a Incêndio (SESCINC) do aeródromo, figura essencial para garantir a eficácia das ações previstas no plano.
Este plano tem como finalidade central estabelecer os procedimentos operacionais padronizados que deverão ser seguidos pelas equipagens de emergência, de acordo com os diferentes graus de alerta desde ocorrências de menor gravidade até eventos de grande escala, como acidentes aéreos com múltiplas vítimas ou incêndios de grandes proporções. A existência de um plano bem estruturado e previamente conhecido por todas as equipes envolvidas é decisiva para a redução de riscos à vida humana, à infraestrutura aeroportuária e às aeronaves.
Mais do que um simples protocolo de emergência, o plano contra-incêndio deve abranger, de forma clara e detalhada, todas as providências necessárias desde o momento da identificação da emergência, seja em solo ou no espaço aéreo próximo ao aeródromo, até a completa normalização das operações no local. Isso inclui o acionamento de meios operacionais, a definição de zonas de atuação, a coordenação interagências (como bombeiros, defesa civil, atendimento pré-hospitalar e autoridades aeronáuticas), a gestão da comunicação com a torre de controle e a documentação das ações executadas.
Além disso, o plano deve prever rotinas de treinamento periódico e simulações práticas, a fim de garantir que todos os envolvidos estejam familiarizados com seus papéis e atribuições durante uma ocorrência real. A atualização constante do plano, conforme mudanças na infraestrutura, no tipo de tráfego aéreo ou nas normativas vigentes, é igualmente essencial para assegurar sua aplicabilidade e eficácia.
Portanto, o Plano de Contra-Incêndio de Aeródromo não é apenas uma exigência regulatória, mas um instrumento vital para a preservação da vida, da continuidade operacional e da credibilidade institucional do aeródromo. Ele traduz, em forma escrita e operacional, o compromisso com a segurança e com a pronta resposta diante de qualquer ameaça que comprometa a integridade das operações aeroportuárias.
O plano visa basicamente a:
- Criar condições propícias à rapidez das ações necessárias;
- Otimizar o aproveitamento dos recursos disponíveis;
- Propiciar a realização de exercícios práticos de sua aplicação;
- Criar nas equipes de serviço o necessário grau de automatismo e conscientização, que conduza ao atendimento eficiente nas situações de emergência.
Para a sua elaboração, deverão ser observados os seguintes critérios:
- Levantamento dos dados geográficos da área do aeródromo e do seu entorno;
- Levantamento dos dados sobre as aeronaves e as suas frequências de movimentos;
- Levantamento dos dados sobre os recursos disponíveis para o combate a incêndios;
- Caracterização da categoria requerida do aeródromo;
- Hipóteses mais prováveis das emergências com aeronaves e instalações;
- Resposta do Serviço de Salvamento e Combate a Incêndio, em termos de salvamento e combate a incêndio, às hipóteses de emergência;
- Instalações a serem protegidas, com seus respectivos graus de risco;
- Relação de todos as viaturas de salvamento e combate a incêndio e descrição de suas condições;
- Relação dos estoques disponíveis de extrato formador de espuma, pó químico seco, dióxido de carbono, nitrogênio e suprimento de água;
- Relação do efetivo disponível do Serviço de Salvamento e Combate a Incêndio, bem como a sua qualificação, tempo de experiência e nível de adestramento;
- Relação dos auxílios externos, tais como bombeiro urbano, polícias, corpo de voluntários especiais, etc.;
- Descrição das fontes de obtenção de água (sua localização, capacidade, características para reabastecimento);
- Descrição da forma de funcionamento das equipagens e equipe de serviço diária;
- Descrição dos sistemas de alarme e comunicação (características, tipos, processos de acionamento, etc.).
A infra-estrutura para a execução do plano consiste, entre outros, de:
- Pessoal especializado em salvamento e combate a incêndio;
- Agentes extintores;
- Viaturas contra-incêndio;
- Viaturas de resgate;
- Auxílios externos;
- Lanchas com equipamentos de mergulho e de resgate;
- Equipamentos de iluminação de emergência;
- Equipamentos portáteis de comunicação;
- Linhas telefônicas (fixas e celulares).
FONTE DE REFERÊNCIA
MANUAL DE SALVAMENTO E COMBATE A INCÊNDIO EM AERONAVES (CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO)