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Sistema de Atendimento de Emergências

Constitui-se como uma estrutura organizada, complexa e interdependente, composta por uma cadeia articulada de recursos humanos, materiai...

Constitui-se como uma estrutura organizada, complexa e interdependente, composta por uma cadeia articulada de recursos humanos, materiais, logísticos e tecnológicos. Seu objetivo central é oferecer resposta rápida, coordenada e eficiente a situações críticas que envolvem vidas humanas, o meio ambiente e o patrimônio. Esse sistema é implantado e mantido dentro de uma determinada região geográfica, sendo operacionalizado por profissionais altamente capacitados, devidamente treinados e integrados a uma Central de Operações, que atua como núcleo de comando, comunicação e controle de todas as ações emergenciais.

A eficiência do sistema depende diretamente da harmonia entre seus componentes, unidades de resgate, equipes médicas e de salvamento, viaturas especializadas e sistemas de comunicação. A coordenação entre esses elementos permite uma resposta sistêmica e escalonada, reduzindo o tempo de reação e aumentando a eficácia das intervenções. Dessa forma, o sistema não se resume a um conjunto de viaturas ou equipes isoladas, mas sim a uma rede dinâmica de resposta integrada, fundamentada em protocolos padronizados, fluxos de informação e decisões estratégicas em tempo real.

Desde já, é essencial estabelecer a distinção conceitual entre o Atendimento Pré-Hospitalar (APH) e o Atendimento de Resgate, termos que, embora frequentemente empregados como sinônimos, apresentam diferenças substanciais quanto à natureza de suas operações e aos objetivos imediatos de suas ações. Essa diferenciação é indispensável para a correta compreensão da função e da responsabilidade de cada segmento dentro do sistema emergencial.

Atendimento Pré-Hospitalar (APH)

É definido como o conjunto de procedimentos técnicos, científicos e humanitários executados no local do evento e durante o transporte da vítima, com a finalidade de preservar a vida, minimizar sequelas e manter a estabilidade clínica até que a mesma seja devidamente entregue à unidade hospitalar de referência.

Essa modalidade de atendimento envolve a aplicação de protocolos médicos e paramédicos que abrangem desde a avaliação primária e secundária, controle de vias aéreas, imobilizações, reposição de fluídos, até a reanimação cardiorrespiratória quando necessário. O profissional de APH atua de forma crítica em um ambiente pré-hospitalar dinâmico e, muitas vezes, hostil, onde a tomada de decisão rápida e precisa pode determinar o desfecho entre a vida e a morte.

O foco central do APH é manter a vítima viva e estável, garantindo que chegue ao hospital em condições de receber o atendimento definitivo. Para tanto, o planejamento logístico, o uso de equipamentos adequados, a capacitação contínua das equipes e a comunicação eficiente com a central são elementos indispensáveis à sua eficácia.

Atendimento de Resgate

Por sua vez, é uma modalidade do Salvamento Técnico, caracterizada pela execução de procedimentos operacionais padronizados voltados ao acesso, estabilização e remoção segura de vítimas que se encontram em locais de risco, confinados, energizados, em altura, submersos ou sob estruturas colapsadas.

Diferentemente do APH, cujo foco é o tratamento clínico inicial, o Resgate visa eliminar ou controlar os fatores de risco ambiental e garantir a integridade física da vítima e da equipe durante a operação. Esse tipo de atendimento demanda planejamento tático, avaliação de riscos, uso de técnicas específicas de salvamento e equipamentos especializados, como sistemas de ancoragem, ferramentas hidráulicas, dispositivos de resgate em altura e equipamentos de proteção respiratória e química.

Exemplos de situações que exigem o atendimento de resgate incluem acidentes automobilísticos com vítimas presas nas ferragens, edifícios em chamas, ambientes confinados ou subterrâneos, acidentes com produtos perigosos e colapsos estruturais. Uma vez retirada do ambiente hostil e estabilizada, a vítima é encaminhada, com o devido suporte básico à vida, à unidade hospitalar mais apropriada ao seu quadro clínico.

Composição do Sistema de Atendimento de Emergências com Vítimas

Envolve a integração entre as estruturas de resgate técnico e atendimento pré-hospitalar, que, em muitos casos, atuam de forma simultânea e interdependente. Essa sobreposição operacional é um dos fatores que frequentemente gera confusão entre leigos, dificultando a distinção entre os serviços.

Em uma operação real, é comum que as equipes de resgate técnico atuem inicialmente para acessar, liberar e remover a vítima de um ambiente hostil, enquanto as equipes de APH realizam procedimentos de suporte básico ou avançado à vida paralelamente, garantindo que o estado clínico da vítima permaneça estável durante todo o processo de remoção e transporte.

O sistema de atendimento emergencial moderno deve ser entendido como um mecanismo orgânico e multifuncional, que depende de integração técnica, comunicação eficiente e coordenação operacional entre os diferentes setores envolvidos como bombeiros, socorristas, equipes médicas, forças de segurança e órgãos de defesa civil. Somente por meio dessa sinergia é possível maximizar a eficiência da resposta emergencial, reduzir o tempo de atendimento e aumentar as chances de sobrevivência das vítimas.

Um sistema de atendimento de emergência envolvendo vítimas deve dispor de:
- Recursos humanos capacitados (qualificação e reciclagens da equipe conforme regulamentação, inclusive de salvamento para os serviços que realizam ações de Resgate);
- Veículos e equipamentos adequados (seguindo as normas técnicas, inclusive para equipamentos de salvamento, quando for o caso);
- Procedimentos operacionais protocolados (protocolo com validade) e dinâmicos;
- Regulação eficiente, mantendo controle de hospitais de referência adequados à natureza do atendimento prestado;
- Amparo legal (Legislação, convênio etc. permitindo o serviço regular);
- Supervisão e intervenção médica à distância ou direta (Unidades de Suporte Avançado terrestre e aéreo);
- Comunicação eficiente da central de operações com as viaturas e com os hospitais de referência;
- Registros de atendimentos operacionais de forma interligada com os demais sistemas de atendimento de emergência; e
- Suporte científico por Universidades e Órgãos Públicos com desenvolvimento de pesquisas e programas interdisciplinar de formação profissional.

Qualquer que seja a esfera ou a natureza do sistema, o serviço deve oferecer um atendimento de qualidade ao cidadão, possibilitando o acesso universal e igualitário aos serviços públicos de saúde.


FONTE DE REFERÊNCIA
CESBOM - CENTRO DE ESTUDOS PARA BOMBEIROS
MANUAL DE RESGATE E EMERGÊNIAS MÉDICAS (CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO)