Em qualquer operação que envolva trabalho em altura, salvamento técnico ou progressão em ambientes verticais, a realização correta da a...

Em qualquer operação que envolva trabalho em altura, salvamento técnico ou progressão em ambientes verticais, a realização correta da ancoragem é um dos elementos mais críticos para garantir a segurança da equipe e a eficiência da missão. A ancoragem é o ponto de conexão entre o sistema de segurança e a estrutura que sustentará a carga, seja ela o próprio operador, uma vítima ou equipamentos de resgate. Por isso, é fundamental que as técnicas empregadas e os materiais utilizados ofereçam três condições indispensáveis: rapidez na montagem, segurança estrutural e preservação dos equipamentos envolvidos.
Um aspecto importante que deve ser sempre considerado é que todo nó aplicado a uma corda reduz sua resistência original, podendo comprometer a integridade do sistema em situações de carga extrema ou queda. Essa perda de resistência, que pode chegar a até 50% dependendo do tipo de nó, exige atenção redobrada na escolha da técnica mais adequada para cada situação. Para minimizar esse impacto e aumentar a vida útil das cordas, é recomendável o uso de acessórios auxiliares, como mosquetões, fitas tubulares, cordins, proteções de borda e placas de ancoragem. Esses recursos não apenas ajudam a preservar a corda contra atritos, torções e tensões indevidas, mas também tornam o sistema mais versátil, modular e de fácil inspeção.
Além disso, o uso correto desses equipamentos permite a montagem de ancoragens mais eficientes, tanto em pontos naturais quanto em estruturas artificiais, oferecendo maior flexibilidade operacional. O domínio dessas técnicas, aliado ao conhecimento dos materiais e de suas limitações, é essencial para qualquer profissional da área de resgate, bombeiro ou operador de acesso por corda. Uma ancoragem bem-feita é o alicerce da segurança em altura e sua qualidade pode definir o sucesso ou o fracasso de toda a operação.
Nós sem Tensão
O uso de nós sem tensão preserva integralmente a resistência da corda, uma vez que a tensão é dissipada a cada volta. Efetue de quatro a cinco voltas redondas e um arremate com volta do fiel ou oito duplo e mosquetão.
Voltas Redondas e Cote (Trapa)
Utilização de Fitas Tubulares
A utilização de fitas torna mais prática e rápida a ancoragem. Envolva o objeto com a fita, se possível, dobrando-a, mas evitando formar o nó boca de lobo. Jamais faça o nó ou passe a corda diretamente pela fita, sob o risco de rompê-la, utilize um conector metálico.
Utilização de Cordins
Quando falamos em “prussicar a corda” referimo-nos à aplicação de um par de cordins fechados por um pescador duplo à corda, através de nós prussiks.
Aplique os cordins observando para que o maior deles fique à frente do menor, bem como que ambos fiquem igualmente tensionados (desta forma dividindo a carga entre si), inserindo-os no mosquetão de ancoragem.
Utilização de Mosquetões
Os mosquetões devem ser utilizados fechados e travados, e os esforços aplicados ao longo do dorso.
Montagem de Ancoragem Simples
Utilizando-se de mosquetão, cordins e fita tubular.
FONTE DE REFERÊNCIA
MANUAL DE SALVAMENTO EM ALTURA (CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO)