Após analisados os métodos de orientação e navegação, ainda no processo de localização das vítimas, a fim de desenvolver uma operação de...

Após analisados os métodos de orientação e navegação, ainda no processo de localização das vítimas, a fim de desenvolver uma operação de busca e salvamento vários fatores são essenciais para o sucesso da missão.
Esses fatores que contribuem para a conclusão de uma operação rápida e segura podem ser facilmente destacados a saber:
Pré-planejamento: Aliado à necessidade de equipamentos de resgate previamente preparados para o uso imediato, o grupo de busca precisa ter princípios gerais e específicos de organização e coordenação. Isto assegura que cada um dos envolvidos conheça e desempenhe o seu papel de forma eficaz no gerenciamento de situações reais.
Primeiro Aviso: Alguém deve indicar ao grupo de busca que existe um problema ou está se desenvolvendo um. Isto soa trivial, mas é frequente fonte de erro.
Planos e Estratégias: O processo de reunião de informações é fundamental para que uma acurada avaliação da situação possa ser realizada e uma estratégia de busca seja definida.
Táticas: Com o máximo de informações possíveis em mãos, o comandante esboça as opções para a solução, incluindo planos para reserva. Estas soluções devem ser flexíveis, assim, se as novas informações chegarem, elas podem ser rapidamente modificadas.
Técnica: Inclui a fase de campo onde os planos táticos são aplicados, usando ferramentas específicas conforme a necessidade.
Suspensão da Missão: A operação é interrompida, com ou sem sucesso, por uma infinidade de razões.
Críticas: A avaliação total dos participantes, dos métodos e das estratégias ocorre continuamente no decorrer de toda a operação. Entretanto, é necessária uma avaliação final com a presença de todos os envolvidos na operação para que os pontos positivos e negativos possam ser levantados e incorporados dentro de todos os arquivos de resgate, reais ou mentais. Esta revisão e análise devem ser refletidas com apropriadas alterações nos pré-planos, para que esses possam ser melhorados, proporcionando uma evolução ao trabalho do grupo.
As fases da operação ocorrem em ordem cronológica, numa sequência definida, mas os demais componentes se sobrepõe durante o seu desenvolvimento. Planejamento e Estratégia continuam a ser trabalhados mesmo depois da fase tática ter começado, ao mesmo tempo em que as primeiras equipes de campo já estão agindo.
Naturalmente, sempre que novas informações ou métodos são introduzidos, o planejamento continua. A figura do diagrama mostra estes componentes de acordo com uma escala de tempo, em ordem de ocorrência. A ordem pode ser interrompida e recomeçada parcialmente, por meio de voltas e revisões, sempre que uma nova informação for introduzida no sistema como, por exemplo, a ocorrência de mau tempo ou a descoberta de novas pistas. A ordem é constante, mas todo o sistema é flexível.
Pré-planejamento
É fundamental para uma missão de busca e salvamento preparar o pessoal, o equipamento adequado, a estratégia de busca e toda a logística para administrar esta complexa operação. O pré-planejamento é fundamental para a eficácia das operações. Deve ocorrer num nível individual e organizacional, obrigatoriamente escrito, periodicamente revisado, adaptado quando necessário, compreendido por todos e principalmente executado com o menor nível de variação possível.
Ainda o pré-planejamento é um guia operacional que, se designado e implementado corretamente, vai ajudar a introduzir ordem ao caos e furor que acompanham o pedido inicial de ajuda. O coordenador geral da operação, com a observância deste instrumento, é capaz de valer-se dos recursos disponíveis de forma mais eficiente, no tempo mais curto, para atingir o objetivo de uma maneira mais eficaz, segura e econômica. É uma combinação de técnicas de busca, diretrizes administrativas e plano de ação, todos integrados para revolver, da melhor forma possível, qualquer situação de busca e salvamento em uma unidade operacional. O pré-planejamento não necessita ser longo, mas o mais completo possível. Tamanho e forma variam de acordo com as exigências específicas de cada grupo e de acordo com o local.
É importante lembrar que o pré-planejamento é uma regulamentação de procedimento e recursos disponíveis para resolução de problemas que envolvem uma ameaça à vida. Ele deverá ser seguido e reavaliado para assegurar que continue a dar resposta de forma rápida e eficaz. Para que seja um documento funcional, o plano deve ser uma síntese das necessidades legais, diretrizes, obrigações e linha organizacionais de como realizar certas tarefas a cada passo do gerenciamento de busca até o objetivo final.
Para elaborar um pré-planejamento, é necessário familiaridade com a região, clima, caminhos, mapas, frequência de visitantes e detalhes sociais destas atividades. Qualquer registro ou informação existente pode ajudar a descobrir que tipos de desventuras ocorreram. Ele deve prever as políticas, estratégias e competência dos órgãos oficiais envolvidos, identificar a responsabilidade legal de cada um e o gerenciamento oficial no campo de operações.
Deve-se ter em mente a definição de estratégias e a escolha de recursos realistas. Se eles não estão prontamente mobilizados, certas opções do plano são eliminadas. Entretanto, quanto mais recursos estiverem à disposição, mais táticas podem ser empregadas na prática. Enfim o pré-planejamento de uma operação deve englobar questões práticas e realistas que reflitam os objetivos do grupo, necessidades, recursos disponíveis específicos para uma determinada área de risco.
Primeiro Aviso
O primeiro aviso de um acidente pode chegar de diversas maneiras, mas geralmente via COBOM ou diretamente no Posto de Bombeiros. Uma triagem eficiente que angarie o maior número de informações é imprescindível.
Durante a triagem deve-se estabelecer a urgência relativa da situação, se é que não se caracteriza como uma emergência óbvia. Existem casos em que se supõe que a condição da vítima é estável, nestes casos é prudente, para uma maior segurança do pessoal de resgate, esperar condições mais favoráveis para a busca ou salvamento.
As informações pouco precisas são muito mais difíceis de avaliar. Requerem a criação de um fator de urgência relativa. Um formulário pode servir de base para a reunião das informações disponíveis da ocorrência, sobretudo, os relacionados com a condição física e mental da vítima, local, tempo e clima.
Para estabelecer e qualificar a urgência da ocorrência, foi adaptado uma tabela do norte americano Bill Wade que descreve um sistema de valorização de urgência. Esta tabela deve ser adaptada para cada região. Segundo este método, cada fator recebe uma pontuação em uma escala de um a três, somando-se ao final o total conseguido. Na seguinte tabela se perfilam os fatores e seus valores. Quanto mais reduzida seja a soma, mais urgente será o caso.
Valorização dos Fatores de Urgência Relativa
OBS: Quanto menor o valor de cada fator, menor será a soma total e consequentemente maior será o grau de urgência. Transcorrido considerável tempo, deve-se aumentar a urgência relativa.
Os avisos de uma situação de busca e salvamento devem ser considerados sempre como um pedido de ajuda real em situações potencialmente perigosas. Deixando de lado a possibilidade de que a notificação seja infundada, é essencial checar com uma viatura operacional da área a certeza e a proporção da ocorrência para iniciar um primeiro atendimento e sendo necessário acionar a força de intervenção regional.
No local, há necessidade de se colher o maior número de informações possíveis, baseando-se nas manifestações de quem acionou o bombeiro, testemunhas, familiares e locais. O objetivo é obter informações sem molestar ou prejudicar a testemunha. Qualquer detalhe pode tornar um indício tão significativo que pode mudar por completo os trabalhos de busca.
É um trabalho minucioso, sendo crucial que se tome nota de tudo para que seja possível a reanálise e uma reconstituição do que foi dito. Para não se esquecer de nada é muito importante e aconselhável dispor de um questionário.
FONTE DE REFERÊNCIA
MANUAL DE BUSCA E SALVAMENTO EM COBERTURA VEGETAL DE RISCO (CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO)